quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Das vacas, mangas e falhas.

POR MAIS QUE EU ACHE que eu sei o que estou fazendo, no fim eu sempre me surpreendo: dá tudo errado. Mas, ainda que dê tudo errado, há o lado didático da falha, o aprendizado do engano, a pedagogia da burrice. Porque quando você erra, você aprendeu como não fazer aquela determinada coisa. E por mais que, em uma sociedade utilitarista, essa definição de erro seja intangível, eu digo que, ao contrário, nesta sociedade é que o erro deve ser tão nobre quanto a falha, visto que ambos possuem, em si mesmos, a mesma utilidade didática. É o que consola os desastrados. Posso lançar um curso técnico de como não tratar uma vaca na Índia ou um curso avançado de como não ser elegante. Daí, a partir das minhas anti-aulas, vocês vão lidando com as suas próprias vacas. Essa é a lógica. E, nesta lógica, o erro se torna importante e, a partir de toda essa baboseira dita até aqui, resta-nos um pingo de esperança. Porque mesmo que a figueira não floresça nessa primavera e não dê manga no nosso pé-de-manga, há sempre uma feliz saída, só precisamos ter um pingo de coragem para tateá-la no escuro de nós mesmos.

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